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White Dove Poms - Keka Spitz du Fuzue "Kika"

Kika

Keka Spitz du Fuzue

Variedade: Pequeno Laranja/Outras Cores

Altura aprox.:  23 cm

Peso médio: 3,2 Kg

Cor: Creme
Pai: Multi.Ch. Snellmark's Music Impressed

Mãe: Bony Karlucia Scaliburth

Criador: Gerson Freire

Proprietária: Juliana Camara

Títulos: Jovem Campeã, Campeã Brasileira e Campeã Reprodutora.

Melhor Fêmea da Raça no Brasil e Melhor da Raça no RJ em 2004!

Porque tão cedo?

No dia 02/02/2015 eu perdi a minha Rainha.

Aquela que é a responsável por ter mudado completamente a minha vida, há praticamente 11 anos. Ela é a verdadeira dona do White Dove e parece que, sem ela, esse projeto perde boa parte do sentido. Mas não venho aqui falar de futuro, pois ainda preciso recuperar o ar que está me faltando desde a notícia. ...
O fato é que uma hora isso ia vir a público e eu prefiro que seja de forma clara, através de uma declaração minha. Além disso, existem muitas pessoas envolvidas que merecem meus aplausos e agradecimentos; algo que ainda não consegui fazer da forma que gostaria e espero conseguir, de alguma forma, por aqui.

Assim, como posso afirmar que conheci a Kika melhor do que a mim, arrisco escrever aqui aquilo que sei que ela gostaria de dizer se pudesse falar, e deixo que se façam também como as minhas próprias palavras:

“Nasci em Oswaldo Cruz, pertinho de Madureira (sim, é claro que sou Portela) no dia 14/02/2004 no canil du Fuzue, do meu querido tio Gerson Freire. Quando eu tinha dois meses e pouquinho, mamãe (outra Portelense nata) me conheceu. Ainda não sabia nada de mim, mas não resistiu ao charme que eu fazia com as minhas patinhas ao vê-la. Ela tinha 13 anos, dependia dos meus avós para me levar para casa e eles estavam irredutíveis. Até que a vovó me conheceu e se apaixonou por mim! <3 Sim, sou irresistível mesmo! O vovô, que havia perdido seu cachorro recentemente, ainda se opunha. Mas não teve jeito, no dia 22/04/2004, elas vieram me buscar sem contar para ele... Quando o vovô chegou do trabalho, lá estava eu correndo a recebê-lo. Ele olhou feio para a mamãe e a vovó, mas não chegou a dar um passo sequer, logo se sentou no chão para brincar comigo. Ah! Conquistei mais um! <3  Em casa tinha também uma Pinscher, a Uly, muito emburrada, mas de cara eu adorei ela; e então, dali em diante, já era parte da família.

Passaram alguns meses, mamãe conheceu meu tio Henrique Godinho. Cheguei a ficar hospedada na casa dele enquanto a mamãe viajou e sempre o amei, já ficava toda contente só de ouvir a sua voz. Com ele fui a várias exposições e ganhei vários títulos!

Quando cresci mais um pouco, minha mãe resolveu que eu ia namorar e registrou um canil, o White Dove, no início de 2005. Nessa mesma época, ela conheceu a criadora Marcia Carreira e comprou o Pamou (High Time Pamou) para ser o “macho da casa”. Apesar de ele ser meio arisco inicialmente, nós sempre nos demos muito bem e eu passei a cuidar dele como um filho; e ele sempre gostou disso, mesmo sendo dois meses mais velho que eu. Quando estava pronta, porém, minha mãe descobriu um macho lindo também, Lake Buena W Dior (proprietária Luiza Bonadiman), e com ele tive a Khiara, Kel (Fred) e Kovu. Adorei ser mãe, cumpria esse papel como poucas. Eu fazia tudo com meus bebês, e a mamãe só ficava curtindo o momento. Todos eles vieram lindos e saudáveis. A Khiara continuou morando com a gente, e formamos uma quadrilha (quase que literalmente, já que aprontávamos muito), enquanto o Fred e o Kovu foram para suas novas casas e são muito felizes, nos visitando com frequência!

Quase um ano depois tive mais uma ninhada, desta vez com o Pamou. Nasceram Nino, Nemo e Noah. Igualmente lindos e saudáveis. Nenhum ficou conosco, e Noah e Nemo faleceram dois meses depois de saírem de casa, o que foi um período de muita dor principalmente para a mamãe. Mas Nino continua lindo e forte! O tempo foi passando e eu ainda participei de umas poucas exposições com a mamãe me apresentando, algumas até com alguns dos meus filhos. Ganhei diversas vezes Melhor da Raça e classifiquei diversas vezes em Grupos concorridos.

Um tempo depois tive minha terceira ninhada, desta vez com o Monet (Monet Miyajan Blue Point, na época de propriedade da Marcia Carreira), e vieram Nina e Nala (Bionda), duas meninas lindas, que também são presentes em nossas vidas e vivem muito felizes com seus proprietários.
Quase dois anos depois, continuava indo a exposições bem esporádicas, passeando muito no Jardim de Alah e fazendo a festa! E então veio a minha quarta ninhada, uma única menina, filha do Brad (CH BR High Time Brad, também de propriedade da Marcia Carreira), e tive que fazer cesárea, pela primeira e única vez. O Dr. Bernardo Perrone, que sempre cuidou da gente, e seu anestesista André foram perfeitos! Saí hiper bem da cesárea, assim como a minha linda menina Sissa Marie, que hoje vive com uma excelente família em Nova Friburgo, num clima fresquinho de dar inveja, rs.

Mais um tempo se passou e veio a minha quinta e última ninhada, filhos do Guy (CH My Guy of Lenette), três lindos bebês: Chanel, Fendi e Gucci (Pluto). Chanel e Fendi estão sempre por perto, e o Pluto em SP, todos muito felizes!

Cheguei a conhecer e conviver também com muitos dos meus netos. Como adoro cuidar dos outros, sempre zelei por eles e de todos os cães da casa, mesmo aqueles que não tinham um parentesco de sangue comigo. Eu sempre amei ser mãe, então, resolvi sê-lo de todos que estavam a minha volta! A mamãe sempre dizia: “Não sei como eles deixam você fazer tudo o que quer com eles, Kika”, e quer saber? Eu também não sei, mas o fato é que todos sempre me deixaram mesmo (inclusive, e especialmente, comer a comida deles além da minha!).
Minha mãe diz que eu crescia 1 mês em 1 ano, pois nunca pareci ter a idade que tinha, e minha disposição sempre foi de dar inveja em muito filhote. Mas, como é a vida, o tempo foi passando e minha vida de “namoradeira” e “top model” foi encerrando, enquanto apenas o papel de mãe continuava. De toda forma, continuava a brincar de bolinhas e brinquedos mesmo depois de “véia” (como mamãe carinhosamente passou a me chamar).

Como sempre fui meio danadinha para comer, acabei ficando muito gorducha e ganhei de presente alguns lipomas. Tive que operar e aí entrou em ação a Dra. Maria Valladares e sua anestesista Dra. Clarissa. Minhas “bolinhas” foram para análise e eram só gordurinhas mesmo, ainda bem! Saí nova dessa cirurgia. Está pensando o que? Sou chique! Fiz uma “lipo” aos 8 anos de idade... Não é para qualquer um não!

Passado um tempo, estava tudo ótimo, e de um dia para o outro eu não conseguia mais enxergar. Mamãe percebeu logo e me levou na Dra. Gabriela Freitas. Minha cegueira foi confirmada e eu sofri muito com isso, como foi difícil perder a visão de um dia para o outro. Do nada, tudo ficou preto! Não conseguia mais dormir, comecei a ficar um pouco medrosa, mamãe passou a dormir com colchão no chão só para me acalmar quando eu acordava a noite e ficava apavorada. Foi um período muito difícil e a Dra. Daniele Ribeiro, que já era uma das responsáveis por cuidar da gente, passou a cuidar de mim mais de perto. Fazíamos exames a cada 3/6 meses para ver como estava indo minha saúde, afinal eu estava há menos de dois meses para completar 10 anos. Quando tinha alguma variação, prontamente vinham os remédios e logo eu melhorava. Tudo era tratado no início, sem susto. E apesar de continuar inquieta com a cegueira, comecei retomar minha vida, brincar com os outros cães e com meus brinquedos, especialmente aquele que ficou apelidado de “Peta”.
Todas as noites eu só dormia com ele na boca, e se não me dessem, eu ficava chorando até me darem. As vezes passava a noite inteira apitando ele, sabe? A mamãe nunca reclamou, ela dorme como pedra, mas quando eu ia dormir com a vovó, ela ficava meio brava, rs.

No domingo, dia 25/01/2015, teve um lanche lá em casa em homenagem a Bisa, que fez 92 anos. Não eram muitas pessoas, apenas a família, e todos nós brincamos muito com os convidados. Aliás, aproveitei e fiquei pedindo cafuné a cada um (ADORO!). A mamãe viajou no dia seguinte e passou a semana fora. Ao chegar, veio logo falar conosco, e percebeu que eu estava diferente. Ela mandou mensagem para a Dra. Suzana Vieira, que é responsável pelas nossas ultrassonografias, e para a Dra. Daniele Ribeiro dizendo que no dia seguinte pela manhã iria me levar até elas. Como eu tinha um pouco de secreção na vulva, a mamãe imaginou que eu estaria com “muco/piometra”. Fizemos a ultra, que não constatou nada significativo e fomos para a consulta. Coletamos sangue e quando os resultados chegaram, ao contrário do último, nada favoráveis, a Dra. Daniele mandou me internar na Ypiranga imediatamente e assim, mamãe fez. Lá, fui recebida pelo Dr. Lucas, cuidada nos plantões pelas Dras. Heloísa e Camila e tinha sempre olhando por mim e acompanhando meu quadro a Dra. Daniele Ribeiro, o Dr. Mateus, a Dra. Gabriela Freitas e o Dr. Bernardo Perrone. O povo de lá não deve ter entendido nada, tanta gente tomando conta de mim! Tive acesso ao melhor dos tratamentos veterinários, os melhores equipamentos e estrutura possíveis para o meu tratamento. Mas meus rins estavam com a função bem comprometida e o tratamento acabou gerando uma anemia. Era difícil (pode-se dizer, impossível) equilibrar o meu quadro.

Eu agradeço muito, a cada um de vocês que cuidaram de mim, inclusive aqueles os quais não sei o nome, mas que, de alguma forma, ajudaram a tentar me salvar. Mas a minha hora chegou e eu tinha que ir. Consegui me despedir da minha mãe com muito carinho e pude partir em paz. Muito obrigada a todos. Onde quer que eu esteja, estarei olhando por cada um de vocês.“

Acredito que essas seriam as palavras da Kika neste momento, e me resta pouco a acrescentar.

Só posso reafirmar agradecimentos ao Gerson, por ter me dado a oportunidade de ter essa menina de temperamento sem igual! A cada proprietário dos bebês dela, a Marcia e a Luiza que me cederam machos maravilhosos para fazer par com ela. E um agradecimento mais que especial a cada um dos veterinários que estiveram presentes na vida dela e que, eu não tenho dúvidas, deram tudo de si. Meus cães têm os melhores vets do mundo! Agradeço também a toda a equipe Hospital Ypiranga por todo o suporte que nos deram. O final pode não ter sido como desejávamos, mas eu sei que cada uma das pessoas envolvidas deu o melhor pela minha Rainha e também por mim.

Por fim, mas nem de longe menos importante, agradeço a Nu que não só me ouviu chorando todos esses dias, desde o inicio de todo o processo, como também esteve do meu lado na pior hora, quando me despedi fisicamente da minha gorducha.

Para a Kika, eu só posso dizer que está muito difícil viver sem ela, e que seu sempre irei ama-la demais.
Muito obrigada por tudo, minha filha amada!

Gostaria ainda de deixar aqui mais uma pequena homenagem a ela, nas palavras de Maria Gadu, com algumas adaptações minhas:

"De todo o amor que eu tenho / Metade foi tu que me deu / Salvando minh'alma da vida / Sorrindo e fazendo o meu eu / Se queres partir ir embora / Me olha da onde estiver / Que eu vou te mostrar que eu to pronta / Me colha madura do pé / Salve, salve essa "goda"
/ Que axé ela tem / Te carrego no colo e te dou minha mão / Minha vida depende só do teu encanto / "Kika" pode ir tranquila / Teu rebanho tá pronto / Teu olho que brilha e não para / Tuas mãos de fazer tudo e até / A vida que chamo de minha / "Kikinha", te encontro na fé / Me mostre um caminho agora / Um jeito de estar sem você / O apego não quer ir embora / Diaxo, ele tem que querer /Ó meu pai do céu, limpe tudo aí / Vai chegar a rainha / Precisando dormir / Quando ela chegar / Tu me faça um favor / Dê um manto a ela, que ela me benze aonde eu for / O fardo pesado que levas / Deságua na força que tens / Teu lar é no reino divino / Limpinho cheirando alecrim"

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